quinta-feira, março 10, 2011

Conto : Reencontro

“Eu esperava até mesmo que o mundo acabasse, mas jamais imaginava que aquele reencontro aconteceria, porque parecia tão distante, tão vago, parecia tão impossível todo o sentimento renascer com tal intensidade!" Acordei naquela tarde um tanto quanto confusa, porque a sensação era que eu havia dormido a noite inteira e o dia estava amanhecendo. Mas, não. Eram apenas cinco horas da tarde, segundo meu rádio relógio.
“Eu esperava até mesmo que o mundo acabasse,...” Aquele pensamento voltou a me constranger. Porque eu não acreditava que tudo era a realidade? Meus sonhos foram pesados, mas de certa forma, bons. Bons, porque revivi o passado. Não, não foi sonho. É o sonho, a minha realidade é um sonho.
-O que está acontecendo comigo?-Perguntei-me, olhando para o espelho.
Quis ligar para ele, quis dizer-lhe o que eu sentia, mas hesitei, estanquei perto da janela, enquanto eu olhava para o mar. Parei ao perceber a beleza do sol e ao mesmo tempo, a multidão que aproveitava a bela tarde de verão na praia. E eu? Pois bem, eu não estava “inteira”, faltava um pedaço.
A vontade de discar os números no telefone, novamente, tomou conta de mim. Assim fiz!
Era como se os meus dez últimos anos fossem revividos em questão de segundos, mas voltei ao presente, quando ouvi aquela voz. Relembrei o sorriso, o olhar, o perfume, o rosto, o jeito de falar. Ah, a saudade às vezes, traz lembranças incomparáveis.
-Alô! –Falei e fiquei muda.
-É você? –Ele perguntou.
Imediatamente, senti meu rosto corar e desliguei o telefone. Senti-me aliviada.
Resolvi tomar um banho como se a água pudesse me deixar ainda mais tranqüila.
“Será que depois de cinco anos, ainda existia algum sentimento?” Pensei. “Que pergunta tola! Não existe sentimento para mim?” Foi com esses pensamentos que tive a certeza de que havia em mim um medo e o desejo de não querer saber se ele ainda me amava como antes. “Mas amor é pra sempre. Até onde vai o nosso sempre?”
Quando saí do banho, ouvi a campainha tocar.
-JÁ VAI! – Gritei.
Vesti a primeira roupa que vI. Foi a primeira vez que me vesti em menos de dez minutos.
Corri em direção à porta e sem pensar, dei meia volta na chave e enxerguei quem estava do outro lado.
-Tive medo de não te encontrar... – E falando isso, abraçou-me.

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