Enquanto se é criança, o mundo tem um sentido diferente: as pessoas são generosas, as piadas não são de mau gosto, todos os sonhos podem se tornar realidade, um brinquedo, talvez, tenha um valor sentimental e todos os dias, se renovam as energias. Isso existe apenas na teoria, ou melhor, existiu.
As crianças, atualmente, vivem, muitas vezes, preocupadas em estudar e desde cedo, são incentivadas pelos pais e pela própria sociedade a batalharem por um futuro melhor. Não condeno os pais que dão oportunidades para seus filhos e que, acima de tudo, investem na educação, pois o futuro precisa de intelectuais, de pessoas que saibam contornar situações e o Vestibular, o grande desafio, exige conhecimentos. No entanto, o que me deixa triste é pensar que há crianças trabalhando, seja no ramo da prostituição ou do tráfico de drogas. Não há formas de aceitar e tentar encarar essa realidade como se fosse algo normal. Como não bastasse a infância perdida, a adolescência, a fase adulta, enfim, a vida é jogada, praticamente, no lixo. Há, porém, aqueles que, após muito sofrerem, lutam e conseguem se reerguer. Mas, são poucos!
Admira-me, ainda, o fato de pessoas, vistas pela sociedade como exemplos do bem, procurarem crianças para suprir seus desejos. Quem é capaz de violentar um ser inocente é pior do que um animal. Falo isso, porque, há alguns dias, quando assisti a um episódio do programa "A Liga", vi meninas de onze anos fumando e grávidas. Não precisamos, entretanto, assistir à televisão para vermos a realidade. Basta abrir os olhos e enxergar a verdade nua e crua.
Que neste dia 12 de outubro, possamos rever nossos conceitos com relação à infância e permitir que as crianças sejam, verdadeiramente, crianças!
