Às vezes, sinto-me só, no sentido de que, apenas eu penso assim, quero e sou assim e isso não é bom! Não me sinto egoísta, mas tenho medo de eu mesma me obrigar a seguir sozinha, exatamente, porque não há ninguém nesse imenso mundo pequeno, que pense como eu. Sou única, sim, todo o ser humano tem um pouco de individualidade, mas parece que a minha é mais intensa. Estou, aos poucos, me afastando das minhas dependências. Não dependência química, é claro, mas dependências com relação a pessoas, fatos, momentos. Talvez, seja apenas uma questão de costume, porque, na verdade, isso tudo é apenas a mudança. A mudança a qual me referi em janeiro. Eu sempre soube que, de uma hora para a outra, o mundo me obrigaria a crescer, a ser mais independente e a me virar sozinha e agora, eu vejo que a pouca liberdade, da qual posso desfrutar, não é, exatamente, o que eu preciso para ser feliz.
A vida nos apresenta surpresas todos os dias, fazendo com que, em alguns momentos, nos sintamos perdidos. Conhecemos pessoas, as quais pensamos que nos acompanharão para sempre, nunca nos farão chorar e poderão nos fazer esquecer o passado, mas não é tão simples assim. Algumas vezes, isso não passa de uma ilusão ou até mesmo de uma emoção de momento, que logo passa. E então, você se sente assim: livre, leve e solto para ir aonde quiser, sozinho. É essa a sensação que me deixa inquieta.
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